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Dermatoscopia Estereoscópica
A Dermatoscopia Estereoscópica de grande aumento na detecção precoce controle e planejamento cirúrgico dos Carcinomas Basocelulares
Luis Fernando Figueiredo Kopke
Clínica particular do autor
Introdução
A dermatoscopia estereoscópica de grande aumento (dega) permite observar detalhes imperceptíveis ao olho nu como os padrões de vascularização dos tumores cutâneos. Kreusch1 observou que os carcinomas basocelulares (cbc) possuem um padrão arboriforme característico e supôs que os limites dessa vascularização pudessem estar relacionados com os limites do próprio tumor. Para se testar estes conceitos um pequeno estudo foi realizado objetivando melhorar o planejamento cirúrgico e otimizar o seguimento clínico dos pacientes de cbc, visando o reconhecimento precoce de novos tumores.
Metodologia
Dez casos de cbc foram aleatoriamente examinados com dega, em acompanhamento clínico ou para planejamento cirúrgico.
Equipamento utilizado no Exame e Captação das Imagens
Estereodermatoscópio com capacidade de 60 x de aumento fabricado por Kocher GmBh (Mössingen - Alemanha) e a câmera Sony Cybershot DSC F717 com o adaptador Optview.
Resultados
Em oito pacientes a dega foi utilizada para planejamento cirúrgico. Em seis pacientes foi possível determinar os limites dos tumores.
Paciente com carcinoma basocelular esclerodermiforme no dorso nasal (figura 1). Por onde começar a cirurgia? A dega mostra típica vascularização arboriforme (figura 2).
O limite da vascularização é marcado (figura 3) (seta), delimitando o tumor (figura 4). Nos 4 sítios biópsias foram feitas de forma a ultrapassar o limite verificado (setas). A histopatologia confirma a delimitação encontrada (linha vermelha) (figura 5).
Em dois pacientes a dega foi utilizada para acompanhamento clínico de pacientes propensos a desenvolver novos tumores, os quais foram detectados precocemente.
Paciente já teve 3 CBCs no nariz. O exame clínico aparentemente é normal (figura 1). Depois de um exame de varredura em todo o nariz com dermatoscopia estereoscópica de grande aumento, observam-se vasos típicos dentro da área marcada (figura 2).
Vasos tênues e tipicamente arboriformes são vistos em volta de um pseudocisto córneo (figura 3). Diagnóstico dermatoscópico: carcinoma basocelular. A biopsia excisional mostra o pequeno cbc e os vasos vistos com a dega (setas) (figura 4).
Somente em 1 caso de carcinoma basocelular comprovado histologicamente, não foi possível observar-se o padrão de vascularização.
Conclusões
A dermatoscopia estereoscópica de grande aumento pode ser um importante instrumento que permita o reconhecimento dos limites dos carcinomas basocelulares facilitando o planejamento cirúrgico, assim como ajudar no acompanhamento de pacientes de alto risco, identificando tumores precocemente, antes que eles possam se desenvolver clinicamente de modo significativo.
(este texto trata-se de um resumo do artigo original publicado na referência 2 abaixo)
Referência Bibliográfica
1 – Kreusch J, Koch F. Auflichtmikroskopische Charakterisierung von Gefässmustern in Hauttumoren. Hautarzt 1996; 47: 264-72.
2 - Kopke LFF - A dermatoscopia na detecção precoce, controle e planejamento cirúrgico dos carcinomas basocelulares. Surg Cosmet Dermatol 2011;3(2):103-8.