Procedimentos e Tratamentos
Cirurgia Dermatológica Geral
A pele é o maior orgão do corpo humano. E por ser externo, o mais acessível. Atualmente estão descritas mais de 3 mil dermatoses diferentes. O dermatologista, pela sua formação específica, é o médico mais experiente na diferenciação entre elas. Antes de remover uma lesão, o diagnóstico prévio é de extrema importância, ao contrário do que pensam os leigos no assunto. Apesar do diagnóstico do laboratório ser importante, ele pode ser incompleto, se informações essenciais do ponto de vista clínico não forem corretamente fornecidas. Ou seja, a formação cirúrgica do dermatologista é essencial para a boa condução de um caso dermatológico, visto que mais da metade das dermatoses estão relacionadas a algum tipo de intervenção cirúrgica, seja na fase de diagnóstico (biopsias), ou mesmo de tratamento cirúrgico.
Pelo seu profundo conhecimento do órgão mais superficial e acessível do corpo humano, o dermatologista tem todos os conhecimentos necessários para inicialmente diagnosticar, e por conseqüência, intervir cirurgicamente caso seja necessário. Portanto, a cirurgia dermatológica é o emprego da cirurgia orientada pelos conhecimentos clínicos específicos na pele.
Antes de retirar simplesmente uma lesão de pele, há que se ter inicialmente o diagnóstico correto. Isto possibilita ao dermatologista até mesmo escolher qual a melhor alternativa de tratamento cirúrgico, dentre as várias formas de tratamento disponíveis. Nem sempre cirurgia significa retirar e suturar.
Os exemplos abaixo se referem à aplicação destes princípios:
Esta lesão de quase 2 cm de diâmetro se localizava na perna de uma paciente que tinha história de melanoma na família (figura A). Um exame dermatoscópico (figura B) revelou que a lesão não tinha características de malignidade, permitindo que a biopsia retirasse apenas uma parte da lesão para exame. A biopsia (histopatologia) confirmou que a lesão era benigna.
Com o diagnóstico de benignidade confirmado pode-se recorrer à crioterapia (figura C) o que evitou a realização de um retalho ou enxerto, cirurgias de maior porte e neste caso, desnecessária. Em (figura D), aspecto do processo em fase de cicatrização. A crioterapia é um procedimento simples, que pode ser feito no próprio consultório médico com toda segurança.
Este paciente era portador de uma doença tumoral infecto-contagiosa, chamada blastomicose. Observe que o aspecto clínico se assemelha muito a um tumor de pele. O tratamento é com medicamentos e não com cirurgia. Pela sua formação específica, o dermatologista está habituado a diferenciar uma lesão da outra. Porém, qualquer médico que também tenha os conhecimentos necessários, pode fazê-lo.
Esta lesão foi inicialmente diagnosticada como um quelóide. Tratava-se porém de um dermatofibrossarcoma, tumor maligno de mal prognóstico, se não tratado adequadamente. Foi operada em regime hospitalar sob sedação anestésica, com cirurgia micrográfica de Mohs.
Outro campo de atuação da cirurgia dermatológica é nas onicopatias, em particular alterações ungueais passíveis de correção cirúrgica como a unha encravada, certas distrofias ungueais que acabam causando dor ao indivíduo como a unha em telha, e outras deformidades do aparelho ungueal.
A unha encravada é uma condição associada a considerável desconforto. Casos como estes somente serão resolvidos com intervenção médica adequada. Não basta apenas retirar a unha. A cirurgia dermatológica pode solucionar o problema.
A unha em telha é uma condição que geralmente é dolorosa. Através de um procedimento cirúrgico, na maioria das vezes realizado a nível ambulatorial, pode-se alargar o leito ungueal e conseguir melhorar o problema.
Assim, a dermatologia é essencialmente uma especialidade CLÍNICA E CIRÚRGICA. Cirurgia de hidrosadenite, cistos sebáceos, lipomas, nevos, verrugas e várias outras doenças ou entidades dermatológicas são de tratamento cirúrgico e o dermatologista está preparado para executá-las.